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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 327-1

327-1

AVALIAÇÃO DA REDUÇÃO DA TOXICIDADE DO CORANTE TÊXTIL UTILIZANDO BIOMASSA FÚNGICA

Autores:
Carlos Vinícius Alves de Lima (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco ) ; Maria Catarina de Farias Caldas (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco ) ; Renata Raianny da Silva (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco ) ; Leonie Asfora Sarubbo (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco ) ; Juliana Moura de Luna (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco )

Resumo:
Vários corantes são usados nas indústrias têxteis, alimentícia, de fabricação de papel e na indústria cosmética. Estes corantes, em especial os corantes têxteis, são considerados extremamente perigosos devido sua toxicidade e por apresentarem baixa taxa de degradação. Além disso, em adição ao efeito visual e ao efeito adverso dos corantes em termos de impacto de Demanda Química de Oxigênio (DQO), muitos corantes são tóxicos, mutagênicos e carcinogênicos. Os corantes são projetados para serem resistentes, e, portanto, representam um grupo desafiador de compostos químicos quando se trata de processos de degradação. Efluentes contendo corantes têxteis são geralmente descartados em grande quantidade no mundo todo em corpos de águas naturais diariamente, gerando grande preocupação ambiental. Em contrapartida, os fungos têm provado serem os organismos mais apropriados para o tratamento de efluentes têxteis e remoção de corantes, via adsorção de biomassa sem degradação ou através de degradação aeróbia completa. Nesse sentido, esse trabalho tem como objetivo avaliar a capacidade de redução da toxicidade do corante Azul Marinho BR utilizando biomassa fúngica obtida a partir da Lichtheimia hyalospora (UCP 1298). Para o tratamento do corante, amostras contendo o corante Azul-marinho, foram adicionados a frascos Erlenmeyer de 250 ml contendo, 100ml de água mais 200μL da solução estoque do corante na concentração de 1% e 40mg.mL-1 da biomassa fúngica, os frascos foram mantidos sob agitação a 120rpm e temperatura de 28°C por 7 dias. Após esse período, foi realizada a avaliação da toxicidade do corante pós-tratamento com a biomassa fúngica frente aos indicadores Artemia salina salina e sementes de vegetais. Para os testes das sementes, foram utilizadas Placas de Petri (10cm) contendo papel de filtro impregnado com 5 ml do material biodegradado com as sementes de vegetais de tomate-cereja (Solanum lycopersicum) adicionados na placa de modo equidistante. Após cinco dias de incubação no escuro, a germinação das sementes, o crescimento da raiz e o índice de germinação foram calculados. Além disso, foi realizado teste de toxicidade frente as Artemias salinas (larva de camarão), após incubação dos microcrustáceos, em soluções contendo o corante antes e após o tratamento foi avaliado a taxa de sobrevivência. De acordo com os resultados obtidos para o teste de fitotoxicidade, observou-se que o corante pós-tratamento com a biomassa fúngica, não apresentou efeito inibitório sobre a germinação das sementes do tomate, apresentando um índice de germinação 100%. Com relação ao teste com as Artemia salina, foi observado que a amostra tratada não apresentou efeito tóxico frente aos microcrustaceos, apresentando um percentual de 90% de sobrevivência. Com isso, conclui-se que o uso do da biomassa fúngica apresentou resultados promissores na redução da toxicidade do corante, demonstrando potencial de aplicação na biorremediação de áreas contaminadas pela indústria têxtil.

Palavras-chave:
 Toxicidade , Corantes , Fungos


Agência de fomento:
FACEPE